A Comissão
Tri-Nacional da Bacia do Cubango (OKACOM) integrada por Angola, Namíbia e
Botswana, procurou encontrar respostas
sobre a forma como cada país membro deve contribuir na gestão da biodiversidade
e no apoio a ser dado às comunidades que vivem ao longo da bacia do rio
Cubango, desde a sua nascente na província do Huambo (Angola) até ao delta de
Okavango (Botswana).
No encontro, que durou dois dias, os três países procuraram estabelecer
interligações entre o Plano de Acção Nacional (PAN), de Angola, e o Plano de
Acção Estratégica da bacia hidrográfica do rio Cubango, bem como explorar a
avaliação dos benefícios da cooperação sobre a referida bacia.
O
vice-governador provincial do Cuando Cubango para o sector político e social,
Pedro Camelo, ao discursar na abertura do seminário, realçou que as questões a
serem abordadas enquadram-se no âmbito dos compromissos de Angola, Botswana e
Namíbia, com intuito de garantir uma abordagem coerente sobre a gestão da bacia
hidrográfica rio Cubango.
Pedro Camelo
indicou que a gestão da bacia hidrográfica rio Cubango só poderá ter sucesso
mediante uma visão conjunta dos membros da Comissão Permanente das Águas da
Bacia Hidrográfica do Rio Okavango, envolvendo representantes de distintos
seguimentos sociais, utilizadores de recursos naturais e investigadores de
desenvolvimento.
Pedro Camelo
lembrou que a Comissão Permanente das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio
Okavango foi estabelecida pelas repúblicas de Angola, Botswana e Namíbia num
espírito de cooperação regional, com o propósito de aconselhar os Estados
membros sobre os assuntos de interesse comum sobre a bacia hidrográfica, sua
conservação, desenvolvimento e utilização sustentável dos recursos hídricos no
Cubango-Okavango.
“O acordo
celebrado estabelece a promoção e gestão dos recursos hídricos da bacia do
Okavango, com vista a assegurar um desenvolvimento sustentável e garantir a
melhoria das condições de vida das populações e preservação da integridade dos
ecossistemas”, concluiu Pedro Camelo. O coordenador da Comissão Permanente das
Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango em
Angola, Carolino
Mendes, disse que o encontro permitiu que os Estados membros tenham decisão e
visão partilhadas sobre estratégias e programas a serem implementados para o
desenvolvimento e crescimento equitativo, sustentável e ambientalmente
saudável.
Carolino Mendes
(Presidente da OKACOM Angola) disse ser necessário que os Estados membros
identifiquem melhores práticas para garantir a segurança alimentar e o
abastecimento de água, para contribuir para a redução da pobreza, criação de
políticas e abordagens ambientais. “Em 22 anos de existência da Comissão
Permanente das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango, Angola, Namíbia e
Botswana têm desenvolvido programas em conjunto que visam apoiar as comunidades
que vivem ao longo da bacia do Okavango”, disse, Carolino Mendes, para quem a bacia
do Okavango, situada no Cuando Cubango, está pouco desenvolvida por causa do
conflito armado que assolou o país, e por isso urge partilhar ideias com os
restantes países para avançar com o projecto.
Participaram no encontro representantes dos governos das províncias do Cuando
Cubango, Bié e Huambo. Durante dois dias foram debatidos temas relacionados com
o processo, programa, espaço de desenvolvimento e visão da Comissão Permanente
das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango, resultados das consultas com
as entidades intervenientes a nível dos três países, integração dos resultados
a nível nacional e regional.
Fonte: Jornal de Angola